Espíritos dos Mortos
De Edgar Allan Poe
De Edgar Allan Poe
I
Tua alma encontra-se
solitária
Entre pensamentos
trevosos sob pedra mortuária
Ninguém, dentre toda
multidão, irá espreitar
Durante a tua hora de
se ocultar
II
Fica em silêncio e
isolado,
Mas não solitário -
Para que então,
Os espíritos dos
mortos que outrora estavam do outro lado,
Quando em vida,
perante a ti novamente estão
E agora em morte te
rodeiam - o que desejam
Ofuscar-te a visão -
não permitas o que anseiam
III
A noite, embora
iluminada, há de observar
E as estrelas, para
baixo, não irão olhar
De seus altos tronos
celestiais
Que iluminam como
Esperança aos mortais.
Mas teus rubros orbes,
sem feixo de luz,
À tua fadiga podem
fazer jus
Tal como uma queimação
e uma febre
Que podem apossar-se
de ti para sempre
IV
Agora há pensamentos
que não deves banir
Agora há visões que
nunca irão partir
De teu espirito eles
passarão
Nada além do que gotas
de orvalho sobre o chão
V
A brisa a soprar,
quieta e divina
E a névoa sobre a
colina
Sombria, sombria,
porém virginal
É um simbolo, é um
sinal
Que se ergue sobre as
árvores sem critérios,
Como o mistério dos
mistérios!
Tradução - Bianca Radics
Adaptação - Diogo Aguiar