domingo, 30 de março de 2014

Espíritos dos Mortos


Espíritos dos Mortos
De Edgar Allan Poe

I

Tua alma encontra-se solitária
Entre pensamentos trevosos sob pedra mortuária
Ninguém, dentre toda multidão, irá espreitar
Durante a tua hora de se ocultar

II

Fica em silêncio e isolado,
Mas não solitário - Para que então,
Os espíritos dos mortos que outrora estavam do outro lado,
Quando em vida, perante a ti novamente estão
E agora em morte te rodeiam - o que desejam
Ofuscar-te a visão - não permitas o que anseiam

III

A noite, embora iluminada, há de observar
E as estrelas, para baixo, não irão olhar
De seus altos tronos celestiais
Que iluminam como Esperança aos mortais.
Mas teus rubros orbes, sem feixo de luz,
À tua fadiga podem fazer jus
Tal como uma queimação e uma febre
Que podem apossar-se de ti para sempre

IV

Agora há pensamentos que não deves banir
Agora há visões que nunca irão partir
De teu espirito eles passarão
Nada além do que gotas de orvalho sobre o chão

V

A brisa a soprar, quieta e divina
E a névoa sobre a colina
Sombria, sombria, porém virginal
É um simbolo, é um sinal
Que se ergue sobre as árvores sem critérios,
Como o mistério dos mistérios!

Tradução - Bianca Radics
Adaptação - Diogo Aguiar

2 comentários:

  1. Incrível, que maravilhoso trabalho, obra de muita, muita arte, parabéns, Diogo, você é mais que um poeta, é um artista completo! Deus o abençoe com muita saúde e poesia!

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  2. Obrigado pelas palavras, Deus abençoe a todos nós, com muita sáude e poesia! Seja sempre bem vinda!!! :)

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